Polêmica: esposa de vice-prefeito de Itajaí recebe cargo comissionado na Câmara

A nomeação de Liacátia Correa, esposa do vice-prefeito Rubens Angioletti, para um cargo comissionado na Câmara Municipal de Itajaí gerou grande repercussão na cidade. Angioletti, que anteriormente se posicionava contra o uso de diárias públicas e nepotismo quando ainda era vereador, agora se vê no centro de uma polêmica sobre as suas próprias atitudes enquanto gestor público.
De acordo com o colunista JotaCê, Angioletti tentou justificar a nomeação de sua esposa ao afirmar que a cessão de servidores efetivos para cargos comissionados é permitida por lei, negando que se trate de nepotismo. Ele argumentou que não se pode punir Liacátia Correa apenas por ser sua esposa, lembrando que, no passado, familiares de outros políticos também foram cedidos para cargos na administração municipal.

Apesar da justificativa legal, o debate nas redes sociais está acirrado. Apesar da legalidade, a nomeação é imoral, considerando que ao que tudo parece, a lei foi feita sob medida para atender interesses pessoais. Em um tom mais crítico, dá para se questionar a ética por trás da decisão, como o próprio Angioletti fazia em um passado não tão distante, como mostra o vídeo abaixo na época em que era vereador:
Por sua vez, a assessoria do vice-prefeito divulgou uma nota em que Rubens Angioletti desmentiu as acusações de nepotismo e afirmou ser vítima de fake news, além de pedir que a população não culpasse sua esposa pela nomeação. O governo municipal, por sua parte, alegou que a mudança na lei de cessão de servidores foi solicitada por um vereador da oposição, embora não tenha citado nomes ou razões concretas para a aprovação.
Vale ressaltar que, segundo a legislação, a alternância de poderes não configura nepotismo. No entanto, o caso gerou uma onda de questionamentos sobre os limites da moralidade pública e a aplicação de leis que, embora legais, podem ser vistas como favorecimento pessoal. O vereador Calinho Bombeiro, do mesmo partido de Angioletti, justificou a aprovação da lei na Câmara dizendo que os servidores não seriam nomeados por parentesco, mas sim por competência. Cabe destacar que a nomeação de Liacátia ocorreu por uma indicação da vereadora Liliane Fontenele, também do PL.
A situação acirrou o debate sobre como o nepotismo pode ser disfarçado através da legalidade das ações, mas, ao mesmo tempo, levantar dúvidas sobre a ética por trás das decisões. A frase popular “faça o que eu digo, não faça o que eu faço?” nunca pareceu tão pertinente ao contexto político atual, onde as ações e os discursos de políticos muitas vezes parecem destoar das expectativas da população de Itajaí.
Foto: Reprodução / Redes sociais