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Mesorregional participa de seminário sobre cobertura responsável de violência em escolas

O Mesorregional participou nesta quinta-feira (23) do Seminário “Comunicação que Protege”, que teve como tema central os limites e responsabilidades na cobertura jornalística de atos de violência no ambiente escolar. O evento foi promovido pelo Comitê Integrado para Cidadania e Paz nas Escolas (Integra), em parceria com a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), e reuniu jornalistas, autoridades e especialistas da área.

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O jornalista Caco Barcellos, idealizador e apresentados do programa Profissão Repórter, foi o palestrante de encerramento e destacou a importância de uma cobertura responsável, voltada à prevenção e à proteção.

A abertura do evento contou com a mediação do deputado estadual e jornalista Mário Mota (PSD), que há 51 anos atua na comunicação. Participaram também os deputados Paulinha (Podemos), Mauro de Nadal (MDB) e Fernando Krelling (MDB), além de especialistas como o promotor de Justiça e diretor da Escola do MPSC, Diego Roberto Barbiero, a pediatra e psicóloga Catarina Costa Marques e os jornalistas Fernanda Moro e Felipe Salles, que estiveram na linha de frente das coberturas dos atentados em Saudades (2021) e Blumenau (2023), respectivamente.

Um dos momentos mais emocionantes foi o relato do pai de uma das vítimas do ataque à creche Cantinho Bom Pastor, ocorrido em abril de 2023, em Blumenau. Ele reforçou a necessidade de fortalecer o papel das famílias na prevenção. “Não terceirize o amor. Hoje percebemos que muitos filhos estão órfãos de pais vivos”, afirmou, ao relatar o projeto que criou junto à esposa após a tragédia.

A pediatra e psicóloga Catarina Marques chamou atenção para o papel do bullying e da negligência familiar como fatores de risco. “O Brasil está em segundo lugar no mundo em casos de bullying, principalmente na internet. E o que mais preocupa é que os pais dos autores raramente procuram ajuda, enquanto os pais das vítimas buscam socorro constantemente”, destacou.

Em sua fala, na abertura do evento, a deputada estadual Paulinha pontou uma questão importante, que poucas pessoas da sociedade sabem: “O autor, geralmente, busca ser reconhecido como um anti-herói. Por isso, a imprensa tem um papel fundamental em evitar dar a ele o palco que procura”, destacou a parlamentar.

O promotor de Justiça, Diego Roberto Barbiero também pontou sobre detalhes importantes, como: a importância da linguagem adequada, sobre o efeito “Copycat” – que reflete em outros fatos violentos, em decorrência de episódios famosos – e o quando a exposição de detalhes gráficos, imagens, identidades e enaltecimento do autor pode refletir em danos para toda a sociedade.

Com base nos aprendizados e nas experiências compartilhadas durante o seminário, o Mesorregional anuncia que elaborará um protocolo de conduta editorial para cobertura de casos de violência escolar, com base em referências internacionais, orientação jurídica e boas práticas jornalísticas. O documento será divulgado ao público já nos próximos dias.

Foto: Maria Eduarda Franz / Mesorregional

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