Vídeo mostra Bolsonaro admitindo ter queimado tornozeleira eletrônica, aponta processo
Um vídeo anexado ao processo que investiga a conduta do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) mostra a tornozeleira eletrônica que ele utilizava com marcas de queimadura e sinais de dano externo. No registro, Bolsonaro admite ter usado um ferro quente (estanhador) para violar a estrutura do dispositivo, enquanto estava sozinho em casa (pelo menos sem a esposa Michele).
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O diálogo ocorre entre o ex-presidente e a diretora-adjunta da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), Rita Gaio, responsável pela inspeção. A gravação foi anexada oficialmente ao processo e confirmada por autoridades.
Em determinado momento da conversa, ao ser questionado sobre os danos, Bolsonaro afirma:
“Meti um ferro quente aí.”
A servidora, então, tenta esclarecer o que foi utilizado:
“Que ferro foi? Ferro de passar?”
Ao que Bolsonaro responde:
“Não. Ferro de soldar, solda.”
Segundo a diretora-adjunta, a pulseira da tornozeleira permanece intacta, mas o compartimento eletrônico (case) está violado, o que configura anomalia relevante no monitoramento do equipamento.
A seguir, trecho integral do diálogo:
Diretora: Equipamento 85916-5. O senhor usou alguma coisa pra queimar?
Bolsonaro: Meti um ferro quente aí.
Diretora: Ferro quente?
Bolsonaro: Curiosidade.
Diretora: Que ferro foi? Ferro de passar?
Bolsonaro: Não. Ferro de soldar, solda.
Diretora: Ferro de soldar? Aquele que tem uma ponta?
Bolsonaro: Sim.
Diretora: Tá ok. O senhor tentou puxar a pulseira, também?
Bolsonaro: Não, não não, isso não. Não rompi a pulseira não.
Diretora: Pulseira aparentemente intacta, mas o case violado. Que horas o senhor começou a fazer isso, senhor Jair?
Bolsonaro: Já no final da tarde.
Diretora: Final da tarde? Tá certo. Essa tampa chegou a soltar, não?
Bolsonaro: Não. Tudo em paz, tudo na paz aqui.
As imagens e o conteúdo do diálogo foram considerados elementos relevantes para a investigação, que apura violação de medida cautelar e conduta incompatível com as regras do monitoramento eletrônico.
Foto: Reprodução / SEAPE
