Inflação de abril registra 0,43%, com alimentos e medicamentos impulsionando os preços

A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou o mês de abril em 0,43%, uma desaceleração em relação aos meses anteriores. Em março, o índice foi de 0,56%, e em fevereiro, de 1,31%. Apesar da desaceleração, o número de abril reflete o impacto de alimentos e produtos farmacêuticos na cesta de consumo das famílias.
Em comparação com o mesmo mês de 2023, o IPCA de abril deste ano teve um aumento de 0,61%. A variação no acumulado de 12 meses foi de 5,53%, já ficando acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%. Com uma tolerância de 1,5 ponto percentual, o índice fica dentro do intervalo estabelecido, mas ainda demonstra um cenário de inflação preocupante.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os maiores impactos para essa inflação ocorreram nos seguintes grupos de consumo:
- Alimentação e bebidas: aumento de 0,82%, com destaque para o aumento de itens como batata-inglesa (18,29%), tomate (14,32%) e café moído (4,48%). O preço do café, que aumentou 80,2% nos últimos 12 meses, foi o que mais impactou a inflação de abril, tornando-se a maior variação desde o início do Plano Real.
- Saúde e cuidados pessoais: o setor também teve um aumento considerável de 1,18%, impulsionado principalmente pelo reajuste de medicamentos, que subiram 2,32% devido a um aumento de preços autorizado pelo governo.
O alívio em transportes
O único grupo que apresentou queda foi o de Transportes, com uma redução de 0,38% nos preços. A queda nas passagens aéreas (-14,15%) foi o maior fator contribuinte para essa redução, além de uma leve diminuição no preço dos combustíveis, como óleo diesel (-1,27%) e gasolina (-0,35%).
O impacto da política monetária
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) tem acompanhado a evolução da inflação para ajustar a taxa de juros Selic, atualmente em 14,75% ao ano. O aumento da taxa Selic visa conter a inflação, desestimulando o consumo, o que pode reduzir a pressão sobre os preços. Contudo, a desaceleração no grupo Serviços e o aumento nos produtos monitorados, como medicamentos, tem sido pontos de atenção para o BC.
Inflação e o impacto sobre as famílias
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que apura a inflação das famílias com renda de até cinco salários mínimos, teve uma alta de 0,48% em abril. Este índice reflete diretamente o custo de vida para muitas famílias de menor renda, onde alimentos representam uma parte significativa do orçamento.
Preocupação com os preços dos alimentos e a sustentabilidade da inflação
A pesquisa de difusão do IBGE, que mostra o quanto os preços subiram entre os subitens alimentícios, subiu para 70%, um número significativo que aponta que os aumentos de preço não foram isolados. Isso reflete as dificuldades climáticas e os efeitos da oferta e demanda sobre produtos básicos, com Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa, explicando que as variações de preços de alimentos são difíceis de controlar devido aos fatores climáticos.
Conclusão e próximos passos
A inflação de abril reflete a pressão sobre os preços, principalmente de alimentos e remédios, que pesam no orçamento das famílias. As ações do governo para controlar a inflação, como os ajustes da taxa de juros, estão sendo observadas com grande atenção. No entanto, os desafios para estabilizar a economia continuam, especialmente com as flutuações climáticas que impactam diretamente o setor alimentar.
*Com informações da Agência Brasil
Foto: Especial / Mesorregional