Lages tem pontos turísticos iluminados na cor lilás para campanha em combate a violência contra as mulheres

No mês de agosto, a cidade de Lages, em Santa Catarina, se une à campanha nacional Agosto Lilás, uma iniciativa que marca o combate à violência contra mulheres e meninas. Em 2025, a campanha ganha força com o tema “Não deixe chegar ao fim da linha. Ligue 180”, destacando a importância da Lei Maria da Penha, que completa 19 anos no dia 7 de agosto. A legislação, reconhecida mundialmente como uma das mais avançadas no enfrentamento à violência de gênero, é o pilar de ações que buscam proteger, informar e engajar a sociedade.
Para chamar a atenção da população, a Prefeitura de Lages iluminou pontos turísticos na cor lilás, como o chafariz do lago central do Parque Jonas Ramos (Tanque), a Santa Cruz do Morro da Cruz e a Praça dos Bandeirantes, localizada na avenida Marechal Floriano. A iniciativa visa sensibilizar a comunidade para a causa, saindo das cores habituais e destacando o tom símbolo do movimento.

A campanha, coordenada pelo Ministério das Mulheres, aposta em uma abordagem regionalizada, com mobilização digital, formação de agentes públicos e ações em territórios mais afetados pela violência. O objetivo é ampliar o conhecimento sobre os direitos das mulheres, os canais de denúncia, como o Ligue 180, e os serviços especializados de atendimento, contribuindo para a prevenção do feminicídio.
Agenda intensa em Lages
A Secretaria de Políticas para a Mulher e para o Idoso de Lages organizou uma programação diversificada ao longo do mês, com eventos como a Sessão Especial de Abertura do Agosto Lilás na Câmara de Vereadores, o Seminário Agosto Lilás – Unindo Forças pelo Fim da Violência contra a Mulher e o Seminário Internacional de Observatórios de Violência contra a Mulher, que reunirá especialistas do Brasil e do exterior para debater estratégias de enfrentamento à violência de gênero. A 5ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres, com o tema “Mais democracia, mais igualdade, mais conquistas para todas”, promovida pela Secretaria de Estado de Assistência Social, Mulher e Família, também integra a agenda, além da Operação Shamar, do Dia Laranja (25 de agosto), brechós, rodas de conversa e palestras em espaços comunitários e empresas privadas.

A Operação Shamar 2025, realizada em cerca de dois mil municípios brasileiros até 4 de setembro, mobiliza aproximadamente 50 mil agentes de segurança pública. A iniciativa intensifica o atendimento às mulheres em situação de violência, o cumprimento de medidas protetivas de urgência e de mandados de prisão. O nome “Shamar”, que significa “cuidar, guardar, proteger” em hebraico, reflete o compromisso com a segurança das vítimas.
O caso Maria da Penha
A Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, leva o nome de Maria da Penha Maia Fernandes, símbolo de resistência contra a violência doméstica. Em 1983, ela sofreu duas tentativas de assassinato por parte de seu então marido, o economista colombiano Marco Antonio Heredia Viveros. Na primeira, ele atirou, simulando um assalto; na segunda, tentou eletrocutá-la durante o banho. As agressões deixaram Maria da Penha paraplégica. Após 19 anos de luta, o agressor foi condenado em 2002, a apenas seis meses da prescrição do crime, cumprindo apenas dois anos de prisão.
Hoje, aos 80 anos, Maria da Penha é autora do livro Sobrevivi… posso contar (1994) e fundadora do Instituto Maria da Penha (2009). Ela segue ativa, ministrando palestras e coordenando estudos na Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência (APAVV), no Ceará, lutando contra a impunidade e por uma sociedade mais justa.
Foto: Divulgação / Prefeitura de Lages
