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Mais da metade dos sulistas admite que não entende de educação financeira

A 17ª edição da pesquisa semestral Observatório Febraban, realizada pelo Instituto IPESPE, apontou que 54% dos moradores da região Sul do Brasil afirmam ter pouco ou nenhum conhecimento sobre educação financeira, embora 95% reconheçam a importância do tema para a vida pessoal e profissional.

O estudo, feito entre os dias 12 e 26 de junho de 2025, investigou as práticas e percepções dos brasileiros em relação a controle de despesas, endividamento, poupança e investimentos. Para 82% dos entrevistados na região Sul, o planejamento financeiro é essencial para alcançar sonhos e projetos pessoais.

Entre os respondentes, 38% afirmam estar endividados, sendo que 30% acreditam que encerrarão 2025 ainda mais endividados. Outros 39% esperam reduzir seu nível de endividamento, enquanto 33% projetam pagar suas dívidas até o fim do ano. Já 23% acreditam que a quitação levará mais tempo.

A pesquisa também revela que o endividamento tem forte impacto na saúde mental: 83% dos entrevistados com dívidas dizem que isso afeta seu bem-estar emocional e qualidade de vida.

Apesar disso, 67% dos moradores da região Sul afirmam que têm o hábito de poupar ou investir quando possível, sendo 33% com frequência e 34% de vez em quando. Outros 24% admitem que não conseguem economizar por falta de condições financeiras, mas fariam se pudessem.

O uso do crédito é amplamente disseminado, com 61% dos entrevistados declarando utilizar pelo menos uma forma de crédito pessoal, sendo o cartão de crédito o meio mais comum (65%).

Segundo o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE, a falta de organização financeira aumenta o risco de inadimplência: “A dificuldade de controlar gastos leva muitas pessoas a contraírem dívidas para cobrir despesas e imprevistos”, afirmou.

Criado em 2020, o Observatório Febraban tem como objetivo entender as percepções da sociedade sobre temas econômicos e sociais, promovendo transparência e debate público sobre finanças e bem-estar. A pesquisa ouviu 3 mil pessoas em todas as regiões do país.

Foto: Jefferson Santos / Mesorregional

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