Movimento de produtores rurais gaúchos ganha força e pode refletir em manifestações de caminhoneiros em todo o Brasil
Um movimento iniciado por produtores rurais do Rio Grande do Sul tem ganhado força e está se espalhando para outros estados do Brasil. O foco dos gaúchos está relacionado ao prazo de pagamento de financiamentos que foram liberados pelo governo após a enchente que devastou a região em maio de 2024.
A mobilização, que já envolve produtores de 60 municípios gaúchos, busca a prorrogação dos prazos e melhores condições para o pagamento das dívidas, que se tornaram ainda mais desafiadoras devido aos prejuízos causados pelas intempéries. Porém, a manifestação foi apenas o ponto de partida para novos grupos e demandas surgirem.

A adesão de caminhoneiros ao movimento trouxe novos questionamentos à tona. Os profissionais da estrada, em sua maioria autônomos, também têm enfrentado uma série de dificuldades, entre elas a escassez de fretes, os impactos da parada de 11 horas obrigatória para descanso e a operação padrão realizada pelos trabalhadores da Receita Federal, que já vem prejudicando a logística e o transporte de mercadorias desde o ano passado.
Os caminhoneiros ainda expressam preocupações com o aumento do IOF (Imposto de Operações Financeiras), que, certamente, trará impactos diretos no custo do frete, especialmente para o setor de transporte rodoviário, que já está enfrentando um cenário difícil. Esses pontos têm gerado novas discussões entre os trabalhadores da estrada, que agora se organizam para fortalecer suas reinvindicações.
Uma reunião realizada recentemente com caminhoneiros em diversas regiões já traçou novas estratégias para protestos nas rodovias e busca a mobilização de mais trabalhadores do setor, além de reforçar as demandas para melhorias nas condições de trabalho e no cumprimento de acordos que visem minimizar os impactos da crise enfrentada.
O exemplo disso é a mobilização de caminhoneiros de Itajaí, Navegantes e região, que já se organizam para uma segunda assembleia que deve organizar os próximos passos de quem trabalha no ramo e como serão organizadas as mobilizações.
O movimento também busca sensibilizar o governo para que medidas emergenciais e ajustes sejam feitos, para garantir a continuidade das atividades econômicas que dependem do transporte e da produção rural, sem comprometer a vida dos trabalhadores e a saúde financeira desses trabalhadores.
Foto: Divulgação / Caminhoneiros em Itajaí