Projeto pode acabar com obrigatoriedade de cobradores nos ônibus de Blumenau
A Prefeitura de Blumenau encaminhou à Câmara de Vereadores um Projeto de Lei que pode acabar com a obrigatoriedade da presença de cobradores nos ônibus do transporte coletivo urbano. Para acelerar a tramitação, o Executivo solicitou a realização de uma sessão extraordinária, marcada para esta terça-feira (16), quando a proposta deve ser votada juntamente com outros projetos.
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Na prática, o texto abre caminho para a operação dos ônibus com apenas um trabalhador, alterando o modelo atual. No documento enviado ao Legislativo, o Município sustenta que a iniciativa segue uma tendência nacional, destacando que diversas cidades brasileiras já implantaram, total ou parcialmente, a retirada da cobrança física, substituindo-a por soluções eletrônicas consideradas seguras, eficientes e transparentes. A Prefeitura também argumenta que a mudança tende a gerar impactos financeiros significativos sobre a tarifa, o que poderia refletir em redução do valor da passagem.
O texto do projeto menciona ainda que não há previsão de demissões automáticas dos profissionais atualmente empregados no sistema. Segundo o Executivo, a medida permitiria que a concessionária inicie processos de realocação e treinamento, com possibilidade de readaptação da mão de obra para outras funções, considerando que Blumenau vive um momento de pleno emprego. O Mesorregional apurou que essa não é a única ação estudada pela Prefeitura para reduzir o valor da tarifa, e que outras medidas, a serem anunciadas em breve, podem resultar em uma redução superior a R$ 1,00 por passagem.
Apesar disso, a proposta já enfrenta forte resistência política e sindical. Vereadores de oposição se manifestaram publicamente contra o projeto antes mesmo da análise em plenário. O vereador Gilson de Souza (União Brasil) publicou vídeo nas redes sociais criticando a iniciativa, enquanto Jean Volpato (PT) afirmou: “Não contem comigo pra votar um projeto que retira trabalhadores, piora a segurança e chama isso de modernização.”
O Sindicato dos Empregados do Transporte Coletivo Urbano (Sindetranscol) também se posicionou de forma contrária. Em nota oficial, a entidade afirmou que a proposta coloca em risco centenas de empregos, precariza as condições de trabalho e compromete a segurança, o atendimento aos usuários e a qualidade do serviço público. Segundo o sindicato, trata-se de uma decisão grave, tomada sem diálogo com a categoria e com a sociedade, que transfere custos aos trabalhadores e à população. Diante do cenário, o Sindetranscol convocou a categoria para acompanhar a sessão extraordinária, que ocorre a partir das 11h, no plenário da Câmara de Vereadores de Blumenau.
Foto: Jefferson Santos / Mesorregional
