DestaquesSegurança

Menina de 4 anos morre em Blumenau após suspeita de agressão

Uma menina de 4 anos faleceu nesta segunda-feira (4 de novembro) após ter sido internada em estado grave no Hospital Santo Antônio, em Blumenau, com lesão intracraniana, hematomas no rosto e convulsões. O caso, inicialmente tratado como suspeita de agressão, está sendo investigado pela Polícia Civil.

A ocorrência começou no dia 29 de outubro, quando a criança foi levada ao Ambulatório Geral do bairro Velha, apresentando rebaixamento de consciência e convulsão. Devido à gravidade do quadro, foi acionada a Unidade de Suporte Avançado (USA) do SAMU, que entubou a menina e a encaminhou ao Hospital Santo Antônio — referência em atendimento pediátrico na região.

📲 Clique aqui e faça parte do nosso grupo no WhatsApp

Segundo informações apuradas pelo Mesorregional, o mesmo hospital havia atendido a criança no dia 1º de outubro, após uma queda relatada pela família. No entanto, no dia 29, ao questionar os responsáveis, a equipe médica suspeitou de contradições entre as versões apresentadas pela mãe e o padrasto. Diante da suspeita de violência doméstica, o Hospital acionou a Polícia Militar, e o padrasto de 31 anos foi detido, por conta de lesões em diversas partes do corpo, como nádegas, axilas, além da face da menina.

O homem foi encaminhado para a Polícia Civil e o caso está sob responsabilidade da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso – DPCAMI. O homem foi preso, entretanto, teve a prisão relaxada após a audiência de custódia, realizada pela Vara de Garantias de Blumenau, que entendeu não haver indícios iniciais de agressão, além de o suspeito ser réu primário e sem antecedentes criminais. Ele passou então a responder ao inquérito policial em liberdade.

Após a confirmação do falecimento da menina, o Mesorregional entrou em contato com a defesa do padrasto, representada pela advogada Maria Cecília Serafim, que enviou uma nota oficial.

Na nota, a defesa esclarece que o padrasto teria levado a criança ao atendimento médico por conta própria, ao perceber sintomas semelhantes à convulsão. Conforme o relato, o SAMU foi acionado e, no hospital, foi constatada a lesão intracraniana, momento em que a Polícia Militar foi chamada. Tanto a mãe quanto o padrasto prestaram depoimento na Delegacia e afirmaram que a menina havia sofrido uma queda em 1º de outubro, fato que, segundo a defesa, pode ter originado as sequelas

Por outro lado, sob solicitação de sigilo, pessoas ligadas ao atendimento da menina informaram que os ferimentos eram recentes, o que levou a autoridade policial a lavrar o flagrante por suspeita de agressão. A Justiça, – mesmo com pedido de prisão preventiva feita pela Promotoria de Justiça – contudo, não homologou a prisão, considerando a ausência de elementos suficientes para o flagrante, o que tem gerado uma apreensão das equipes médicas e até do setor policial, já que o casal é oriundo do norte do Brasil.

Ao mesmo tempo, a advogada também afirmou que o padrasto nunca havia sido denunciado por qualquer tipo de violência contra suas três filhas biológicas ou contra a enteada. A defesa sustenta que a investigação ainda está em curso e reforça confiança na Justiça e na apuração dos fatos, afirmando que a prisão inicial foi “precipitada”.

Após o falecimento da criança, moradores da região onde a família residia relataram nas redes sociais que o casal não tem sido visto em casa. Questionada, a advogada disse desconhecer o local do velório e do sepultamento, informando que não obteve mais contato com a mãe da vítima após a confirmação do óbito.

“Hoje, com a ciência do falecimento da criança, a família permanece incrédula com o ocorrido e em luto. Por fim, confiantes no trabalho da policia científica, Polícia Civil e Ministério Público, aguarda conclusão sobre a causa que originou essa perda irreparável.” pontou a defesa através de uma nota.

O corpo da menina ainda permanece no Instituto Médico Legal de Blumenau, pois até o início da noite ninguém procurou o órgão para reconhecer e pedir liberação do corpo da menina. O caso segue sob investigação da Polícia Civil, sob a coordenação do delegado Juliano Cesar Tumitan que também foi procurado pelo Mesorregional.

O delegado comentou que “os prontuários não ficaram todos disponíveis” e que “o laudo preliminar não foi muito conclusivo” e que aguarda o laudo cadavérico que é mais conclusivo para ser inserido no inquérito.

Foto: Jefferson Santos / Mesorregional (Arquivo)

error: Conteúdo Protegido !!