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Lula sanciona lei que proíbe linguagem neutra em órgãos públicos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta segunda-feira (17), o projeto de lei que proíbe o uso de linguagem neutra por órgãos e entidades da administração pública nas esferas federal, estadual e municipal. O texto foi publicado no Diário Oficial da União e passa a valer para toda a comunicação oficial dirigida à população.

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A linguagem neutra é um modelo que utiliza termos sem marcações de gênero, como “todes”, “elu” e “ume”, com o objetivo declarado de promover uma comunicação inclusiva e evitar discriminação relacionada a identidade de gênero ou sexualidade.

Com a sanção, o governo federal institui a Política Nacional de Linguagem Simples, que define padrões obrigatórios para a redação de comunicados, formulários, orientações, portais de serviços e outros conteúdos produzidos pelo setor público.

O que muda com a nova lei

A partir da publicação, órgãos públicos deverão seguir diretrizes específicas para elaboração de textos oficiais. Entre as regras, destacam-se:

  • Frases curtas, em ordem direta e com voz ativa;
  • Uso de palavras comuns, evitando jargões e explicando termos técnicos quando indispensáveis;
  • Proibição de flexões de gênero ou número fora das regras da língua portuguesa;
  • Evitar estrangeirismos que não façam parte do uso cotidiano;
  • Apresentar as informações mais importantes primeiro;
  • Utilizar listas, tabelas e recursos gráficos que facilitem a compreensão;
  • Garantir acessibilidade para pessoas com deficiência;
  • Quando o conteúdo for destinado a comunidades indígenas, deve ser oferecida versão na língua local, sempre que possível.

Segundo o governo federal, a proposta visa garantir que qualquer cidadão consiga encontrar, entender e usar as informações públicas para resolver suas demandas.

Implementação

A lei determina que cada poder — Executivo, Legislativo e Judiciário, em todas as esferas — deverá definir diretrizes complementares, fluxos internos, manuais, padronização de documentos e processos de capacitação para colocar as normas em prática.

A adaptação inclui:

  • Revisão de portais oficiais;
  • Atualização de documentos e formulários;
  • Treinamento de equipes;
  • Testes de usabilidade com cidadãos;
  • Modernização dos processos de comunicação.

O governo afirma que a Política de Linguagem Simples tem o objetivo de reduzir barreiras de acesso à informação e facilitar a interação entre população e serviços públicos.

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil (Arquivo)

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