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De novo: de mãos vazias Bolsonaro vem a SC e é ovacionado

A grande força do atual presidente da República em Santa Catarina, Jair Bolsonaro, é inegável, visto o grande número de apoiadores que acompanharam sua presença em Joinville, na última sexta-feira (06), e que participaram da motociata organizada em Florianópolis, no sábado (07), que proporcionou, inclusive, um desfile aquático.

Do mesmo jeito que veio a Chapecó no mês passado, Bolsonaro chegou à Cidade das Flores e a Ilha da Magia, de mãos vazias. Bolsonaro não anunciou qualquer investimento ao Estado e ainda menosprezou manifestações de entidades sobre obras de rodovias federais, como a BR-470, que corta o Vale do Itajaí e BR-280, que passa pelo Norte Catarinense.

A ausência de boas novas ao Estado gerou manifestações de lideranças políticas e empresarias, que se declararam insatisfeitos com a postura de Jair Bolsonaro (sem partido). No Twitter, o prefeito de Araquari e atual presidente da FECAM (Federação Catarinense de Municípios), Clenilton Pereira (PSDB), declarou que achou que Bolsonaro iria anunciar algo para o Estado, porém, que se enganou e via apenas “campanha e passeio.” O presidente da FECAM ainda disse que não tem medo de emitir críticas ao presidente da República, quanto à sua postura. Confira as twitadas de Clenilton:

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Outra liderança que fez críticas e disse que entidades se sentiram decepcionadas pelo tratamento de Bolsonaro com Santa Catarina é o atual secretário da Associação Empresarial de Rio do Sul, Cleber Stassun, que entregou uma manifestação, assinada por mais de 100 entidades catarinenses, pedindo a aplicação de R$ 200 milhões de verbas estaduais repassadas pelo governo do Estado, para os lotes 1 e 2 de duplicação da BR-470.

Fotos: Alan Santos / PR

“A fala do presidente, praticamente em nenhum momento, foi destinada às questões, as causas e os pleitos de Santa Catarina”, disse Stassun, em entrevista à Rádio Menina Fm (1:30’30”), na manhã desta segunda-feira (09). O empresário ainda disse que em um segundo momento, durante o almoço, por intermédio do senador, Esperidião Amim (PP), foi possível um novo contato ao presidente, que disse apenas que esse assunto estaria a cargo do Ministério da Infraestrutura.

Minutos depois da abordagem dos empresários, o Ministério da Infraestrutura emitiu um comunicado através das redes sociais, afirmando que o “Governo Federal vai garantir os recursos para a conclusão dos lotes 1 e 2, de Navegantes até Gaspar. O Ministério da Infraestrutura, por meio do DNIT, já liberou mais de 30 km e outros 15 km serão concluídos até o ano que vem, mas não houve manifestação sobre o repasse do Estado. Algo inédito.

“É inacreditável! Não tem justificativa técnica nenhuma para o Governo Federal recusar ou fazer pouco caso desse dinheiro”, desabafou Cleber. “…em nenhum momento, desde o início das obras de duplicação, houve tanto recurso à disposição do DNIT para conduzir essas obras…” afirmou, concluindo ainda que “não gostaria de afirmar que é uma questão política, mas que não é uma questão técnica.”

Além de apoio popular em larga escala, Bolsonaro levou na garupa, políticos que afirmam ser apoiadores, como o senador Jorginho Mello (PL), protagonista neste impasse de repasse da verba estadual para as obras de duplicação da 470, uma vez que o DNIT é comandado pelo seu partido, tanto em Brasília, quanto em Santa Catarina. Agora resta saber se o eleitor elegerá ao governo do estado esses garupeiros (como o governador Carlos Moisés da Silva) eleito em 2018, que hoje sequer é convidado para acompanhar Bolsonaro em suas vindas ao estado.

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