Deputado Ismael dos Santos (PSD) ataca imprensa catarinense após votar com governo Lula mais uma vez

O deputado federal Ismael dos Santos (PSD), que se apresenta como conservador e representante da bancada evangélica, criticou duramente a imprensa na última semana, chamando profissionais do jornalismo regional de “blogueiros abutres” e “lobos insaciáveis e vorazes”.
As declarações ocorreram após veículos como o Jornal Razão, de Tijucas, e a Rádio Educadora FM, do Alto Vale, repercutirem a votação em que o parlamentar foi um dos poucos catarinenses a votar junto com o governo federal e o PT na urgência do PR 63/2025.

O projeto, que endurece o Código de Ética da Câmara, prevê punições como suspensão de até seis meses para deputados que ocuparem o plenário em forma de protesto — medida que afeta diretamente parlamentares da oposição. Enquanto toda a bancada catarinense contrária ao governo votou NÃO, Ismael foi o único a votar SIM, isolando-se dos colegas de oposição.
De acordo com o Placar Congresso, levantamento que acompanha as votações, Ismael registra 49% de alinhamento com o governo Lula desde 2023, como a volta do Seguro DPVAT, em abril de 2024. Em outro episódio de repercussão, nas eleições municipais, ele apareceu em vídeo pedindo votos para um candidato do PT em Saltinho, fato que gerou reações, especialmente em Blumenau, onde também apoiou a candidatura de Odair Tramontin (Novo).
Além disso, sua presença em eventos governistas, como a inauguração do Viaduto do Badenfurt em Blumenau, reforçou a percepção de proximidade com a base federal. Na ocasião, ele foi o único deputado catarinense da oposição presente, ao lado de parlamentares da base do presidente Lula. Tanto que recebeu elogios da colega Ana Paula Lima (PT) no evento, em que Ismael ficou sentado entre a deputada petista e o deputado estadual Marcos José de Abreu, o Marquito, do Psol.
Diante da exposição desses fatos, Ismael reagiu com ataques à imprensa, discurso de vitimismo como estamos acostumados a ver, por parte daqueles que “vestem pele de cordeiro”. No entanto, os registros oficiais de votação e participações em eventos são dados públicos, utilizados pelas reportagens que noticiaram o caso.

Foto: Jefferson Santos / Mesorregional (Arquivo)