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Dia do Trabalho: Qual a melhor opção? Ser empregado ou empreendedor?

Segurança e uma certa limitação de rendimentos e de tempo disponível ou poder fazer sua agenda de forma autônoma e ter a possibilidade de ganhar muito mais do que receberia como empregado, mas também o risco de, em alguns períodos, ganhar menos? Qual a melhor escolha para o trabalhador? Dia 01 de maio se comemora mais um Dia do Trabalhador e essa discussão tem estado cada vez mais frequente nas rodas de conversas entre amigos. Como toda escolha nessa vida, há ônus e bônus.

O advogado, Jeferson Assis de Simas, defende as duas formas de trabalho. Porém, alerta que tudo depende da personalidade de cada pessoa. “Para quem gosta de segurança, de saber quanto vai ganhar no final do mês, ter a carteira de trabalho assinada, é a melhor opção. É possível se organizar melhor para férias, aposentadoria e os gastos. O Brasil é um país que garante muitos direitos aos trabalhadores”, assegura.

Quem concorda com o advogado é a professora de artesanato, Elisângela B. Ribas, 50 anos. Ela quase sempre trabalhou com carteira assinada e acredita que assim consegue planejar melhor a sua vida. “Gosto da segurança de saber quanto vou ganhar e fazer o meu planejamento a longo prazo das coisas que pretendo adquirir”, afirma.

Para Simas, dependendo da profissão, ser empreendedor pode ser a melhor escolha. Porém, ele lembra que para ter carreira solo é necessário ter conhecimento de gestão, disciplina e planejamento. “Se não tiver isso, a empresa quebra nos primeiros 3 anos”, avisa.

Além disso, o advogado lembra que quando se é empregado, você sempre fará parte de uma engrenagem e não pode decidir por si mesmo e as oportunidades de crescimento também são limitadas. Para quem tem espírito empreendedor, a responsabilidade anda de mãos dadas com a liberdade de fazer escolhas. Ousadia, iniciativa e motivação constantes são características fundamentais que mantêm os profissionais no empreendedorismo.

Um exemplo desse tipo de trabalhador é a gestora de locação pelo Airbnb, Elisabeth Rosane, 51 anos.  Quando jovem, ela trabalhou por cerca de 5 anos com carteira assinada. Mas, mesmo nessa época, já fazia bijuteria para vender. “Vendia também lingerie e camisetas. Foi só quando tive um namorado que mostrou as vantagens de trabalhar por conta, que descobri minha veia empreendedora”, conta.

Elisabeth durante cerca de 20 anos vendeu roupas. E o início, por cerca de seis meses, foi com um carro emprestado. Logo, ela comprou um consórcio e com o objetivo de ter seu carro, pediu emprestado dinheiro para uma amiga, com o qual deu um lance e foi contemplada. Com mais autonomia, ela vendia roupas paras lojistas de Santa Catarina e Litoral do Paraná. “Sempre ganhei muito bem e com isso fui construindo um patrimônio. Parei com as vendas durante a pandemia porque não tinha como ficar viajando, pois minha mãe tem problemas de saúde. Colocando na ponta do lápis, percebi que seria melhor ter um trabalho com uma renda menor, mas que não precisasse pagar um cuidador paras minha mãe, ficar mais em casa. Com isso, surgiu o Airbnb. Tenho dois imóveis que administro a locação e estou com umas ideias para um novo projeto”, conta.

MEI

A pandemia, com muitas pessoas que perderam seus empregos e outras precisando ter mais liberdade de tempo para ficar com parentes doentes ou cuidar dos filhos, ajudou a aumentar o número de pessoas empreendedoras. Além disso, o MEI (Microempreendedor Individual), ajudou as aumentar o número de pessoas que trabalham por conta.

Dessa forma, quem já trabalhava informal, conseguiu formalizar o negócio e ter mais garantias constitucionais. O MEI paga  menos impostos e tem a garantia de contribuição para o INSS, com auxílio-doença e aposentadoria, além de poder emitir nota fiscal.  O número de empreendedores individuais no Brasil tem crescido de forma acelerada ao longo da última década. Só em 2022, foram abertas, em média 7,2 mil empresas por dia.

Santa Catarina é um estado naturalmente empreendedor. Tanto que no Índice de Cidades Empreendedoras, realizado pela Endeavor, das 20 cidades listadas, 3 são catarinenses e estão entre os 15 primeiros em 2023. Florianópolis é a 2ª da lista, perdendo apenas para São Paulo, Joinville em 3º lugar e Blumenau em 13º.

Fotos: Arquivos Pessoais

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