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Eleições 2022: Bandido da Luz Vermelha X Maníaco do Parque. Em quem você vota?

Winston Churchill estava sendo pragmático quando disse que “o sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo”, para azar dos que juravam ser sarcasmo. Ele embrechou a janela e enxergou a casa por dentro, uma sábia autognose política que por muito tempo foi confundida com meditação. Um líder sagaz, que sabia onde estava pisando e que me faz, agora, sonhar com o dia em que usarei os mesmos adjetivos para descrever um presidente brasileiro.

Lula e Bolsonaro despontam na frente com seus quarto-de-milha aparentemente insuperáveis, perseguidos por Ciro Gomes na montaria de um jumento pêga blefador. O primeiro citado foi triplamente condenado por corrupção, mas escapou pela porta da frente da penitenciária porque a justiça foi ineficaz e não esgotou suas vias recursais antes de seu crime prescrever. O segundo é a incorporação viva do descontrole emocional e da irreflexão política. O terceiro é um orador de mentiras, o velho coronel que joga as palavras ao vento para a torcida como se estivesse em um coliseu romano, sugerindo quem deve ser comido pelos leões.

Pois é, caro leitor, a decisão este ano parece ser mesmo entre o Bandido da Luz Vermelha e o Maníaco do Parque. Dizem os que se autodenominam “conhecedores do sistema político” que votar nulo ou em branco é errado, vez que acabaria podendo prejudicar o “menos ruim”. Mas e se o “menos ruim”, após receber nosso voto apático, resolver utilizá-lo para avalizar atitudes políticas erradas, como a realização de acordos com o vulgo “centrão”? Será que devemos mesmo “escolher” quando não existe uma opção coerente? Se você vai a uma loja comprar um carro e não encontra nenhum de seu interesse, você gasta seu dinheiro no menos ruim ou o guarda para usar em outra oportunidade?

O mal do presidencialismo não é uma particularidade do Brasil, país onde o público lota sessões de filmes de super-heróis como se buscassem um prêmio. Porém, precisamos compreender tal realidade e alterar este falho sistema de governo para algum outro modelo democrático antes que uma nova ditadura acabe instaurada. Nossa história é repleta de negociatas e incertezas, de golpes e contragolpes, de jeitinho e de falta de caráter. Se o republicanismo não for consertado, quem acabará morto é o próprio republicanismo.

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