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Tusk admite que Amazônia pode impedir ratificação de acordo UE-Mercosul

da ANSA

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse neste sábado (24) que é “pouco provável” que o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul seja ratificado enquanto a Amazônia sofrer com queimadas e incêndios.   

“Certamente, nós apoiamos o acordo UE-Mercosul. Mas é difícil imaginar um processo de ratificação enquanto o governo brasileiro consentir a destruição dos pulmões verdes (Amazônia)”, disse Tusk, ao chegar hoje a Biarritz, no sul da França, para a Cúpula do G7.

O encontro, que reúne os líderes dos sete países mais industrializados do mundo, deve ter o meio ambiente como um dos temas principais.

O anfitrião da cúpula, o francês Emmanuel Macron, travou uma batalha com o governo do Brasil na questão da Amazônia. O Palácio do Eliseu disse que o presidente Jair Bolsonaro “mentiu” ao assumir os compromissos em defesa do meio ambiente na última cúpula do G20, em Osaka. A França e a Irlanda também ameaçaram se opor ao acordo da UE-Mercosul devido às políticas ambientais brasileiras.

O acordo de livre-comércio, que demorou 20 anos para ser negociado, foi finalmente assinado em junho. No entanto, precisa ser ratificado por todos os países para entrar em vigor.

Bolsonaro promete ‘tolerância zero’ com queimadas na Amazônia

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira (23) que terá “tolerância zero” com as queimadas registradas na Amazônia e ressaltou que os incêndios não podem ser considerados “pretexto para sanções internacionais”. Durante pronunciamento em rede nacional, o mandatário ainda afirmou que os incêndios florestais ocorrem em todo o mundo e que a proteção da Amazônia é dever do governo. “Estamos cientes disso e atuando para combater o desmatamento ilegal e quaisquer outras atividades criminosas que coloquem nossa Amazônia em risco”, afirmou. A declaração foi motivada em meio às diversas críticas por parte de líderes mundiais que Bolsonaro tem sofrido nos últimos dias em relação à sua política ambiental. No vídeo, o presidente brasileiro ressaltou que “para proteger a Amazônia não bastam apenas operações de fiscalização”. Para ele, é preciso estabelecer “oportunidades” para os que vivem na região. Segundo Bolsonaro, “o emprego de pessoal e equipamentos das Forças Armadas, auxiliares e outras agências permitirão não apenas combater as atividades ilegais como também conter o avanço de queimadas na região”.

O mandatário ainda ressaltou que seu governo está disposto a ajudar todos os estados da Amazônia Legal que solicitarem o emprego das Forças Armadas para conter as queimadas.

“Somos um governo de tolerância zero com a criminalidade, e na área ambiental não será diferente. Por essa razão, oferecemos ajuda a todos os estados da Amazônia Legal. Com relação àqueles que a aceitarem, autorizarei operação de garantia da lei e da ordem”, afirmou. Bolsonaro atribuiu o crescente número de queimadas às condições climáticas. “Estamos numa estação tradicionalmente quente, seca e de ventos fortes em que todos os anos, infelizmente, ocorrem queimadas na região Amazônica”, acrescentou.

O chefe de Estado explicou que “nos anos mais chuvosos, as queimadas são menos intensas, em anos mais quentes, como neste, 2019, elas ocorrem com maior frequência”.

Amambai/MS 22 08 2019 – Quantidade de incêndios dobra na área de atuação do 16º Subgrupamento de Bombeiros Militar. Foto: Divulgação / CBM-MS


“O Brasil é exemplo de sustentabilidade, conserva mais de 60% de sua vegetação nativa, possui uma lei ambiental moderna e um código florestal que deveria servir de modelo para o mundo”, explicou. Por fim, fazendo referência ao uso de imagens falsas da Amazônia para protestar nas redes sociais, ele disse que “espalhar dados e mensagens infundadas dentro ou fora do Brasil não contribui para resolver o problema. E se prestam apenas ao uso político e à desinformação”. “Seguimos como sempre abertos ao diálogo, com base no respeito, na verdade e cientes da nossa soberania”, finalizou. Panelaço – Enquanto o presidente Bolsonaro se pronunciava, diversos usuários do Twitter publicaram imagens de panelaços realizados em diversas partes do país. Em forma de protesto, os internautas planejaram o ato com a #panelaço na rede social. A hashtag ficou por horas entre os assuntos mais comentados. A iniciativa com o uso de panela foi muito utilizada entre 2015 e 2016, durante os pronunciamentos da ex-presidente Dilma Rousseff, e também durante transmissões do Partido do Trabalhadores (PT) em rede nacional.

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