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Um ato para simbolizar o início da luta pela paz e Justiça

A solidariedade da população blumenauense é aflorada toda vez que há perdas coletivas e com o ataque ao Centro de Educação Infantil Cantinho Bom Pastor, na quarta-feira (05), gestos de humanos caridosos já foi visto de imediato, com a presença de pessoas que foram até a Rua dos Caçadores deixar flores, velas brinquedos e promover vigília, além de oferecer ombro para familiares das vítimas e profissionais da educação.

Nos velórios, homenagens das mais diversas formas e muitas coroas de flores foram entregues na despedida carnal dos quatro anjos – Bernardo Cunha Machado, de 5 anos, Bernardo Pabest da Cunha, de 4 anos, Enzo Marchesin, de 4 anos, e Larissa Maia Toldo, de 7 anos – foram entregues por diversas entidades e pessoas da cidade e seu entorno e isso sequer poderia ser considerada como última homenagem.

Ainda no final de semana, durante o feriadão de Paixão de Cristo, caminhadas e orações foram feitas por pessoas da comunidade. Uma delas ocorreu no centro da cidade, onde diversas pessoas pediram por Justiça, segurança e paz e na noite desta segunda-feira (11), foi celebrada na Catedral São Paulo Apóstolo a Missa de Sétimo Dia, pela vítimas do ataque e também do pequeno Bruno da Silva, de 8 anos, vítima de um outro crime, na BR-470, onde uma mulher bêbada bateu no carro em que ele estava junto com seus pais, que seguem feridos, em tratamento.

A missa, fez com que a Catedral ficasse praticamente lotada e foi transmitida na íntegra pelo Mesorregional, através do Facebook. A celebração foi presidida pelo bispo Dom Rafael Biernaski, que foi acompanhado dos padres Marcelo Martendal e João Humberto Luciani, assistida por familiares e professoras das crianças, vítimas de crimes bárbaros.

Da esquerda para direita, padre João Humberto, Dom Rafael e padre Marcelo Matendal. Fotos: Wellington Civiero Ferreira / Mesorregional

Em suas falas, o bispo e o padre Marcelo enalteceram a paz. “Eu ás vejo agora, sobre a cidade de Blumenau, como uma nova luz sobre todos nós…” disse Dom Rafael. Já padre Marcelo lembrou que é importante reconhecer e orar por todos os envolvidos no fato, incluindo policiais e socorristas “que se mobilizaram naquele dia para dar pronto atendimento.”

A diretora da creche, senhora Alconides Ferreira de Sena, teve a oportunidade de tomar posse da palavra no final da celebração, assim como a mãe de uma das vítimas fatais e o prefeito da cidade. “Poucos nós ensinamos para criança, se observarmos, muito nós aprendemos com elas. Todas elas, até as que se foram, estão nos ensinando… ensinando a ter paciência, tolerância, saber perdoar, saber amar e saber levantar, mesmo quando você não encontra forças.” desabafou a diretora.

Mário Hildebrant, prefeito de Blumenau, aproveitou seus minutos de fala, para demonstrar que colocou toda a equipe do Município à disposição de todas as famílias das vítimas, e da creche, que é privada. Ele também reforçou o que vem publicando nas suas redes sociais, que é a sua exigência pela mudança da legislação, para que marginais sequer a sensação de impunidade, ainda mais em casos tão bárbaros: “Quem sabe possamos lutar por mudança na legislação federal, para que tenhamos no mínimo uma punição mais longa para quem comete delitos como esse. Quem sabe possamos discutir a prisão perpétua.” frisou o chefe do Poder Executivo.

A mãe de Bernardo Pabest da Cunha, pediu a palavra no final da cerimônia religiosa para agradecer todo o apoio que estão recebendo de toda a comunidade. “Muito obrigada pelas energias positivas que todos têm nos enviado” disse. Ela fez couro ao prefeito e também afirmou que “tudo o que eu quero é que a vida do meu filho e das demais crianças, sirvam para que mudanças aconteçam e para que as leis mudam, tudo o que eu quero é que seja feita Justiça” frisou e pediu para que todos não parem, lutem junto para um mundo melhor.

Por fim, o Bispo entrou a cada família uma vela, simbolizando o Círio Pascal.

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