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Blumenau e todo o Vale do Itajaí já passam por 110 dias sem Arcanjo 03

A região do Vale do Itajaí segue sem o helicóptero Arcanjo 03, fundamental para resgates, buscas e atendimentos de emergência em Blumenau e municípios vizinhos, atendendo por vezes municípios além do Vale do Itajaí. Nesta terça-feira (2), completa-se 110 dias desde que a aeronave foi baixada para manutenção, sem que o Governo do Estado tenha apresentado soluções ou um prazo oficial para o retorno do equipamento.

O Arcanjo 03 chegou a Blumenau em 2015, por meio de uma parceria entre o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), por uma iniciativa do então secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinubing, e desde então se tornou peça-chave no atendimento de ocorrências de alta complexidade.

Inicialmente, o serviço começou de forma temporária, com a locação de um helicóptero durante a Oktoberfest, mas devido à necessidade e eficácia do atendimento, Blumenau passou a contar com uma base aeromédica permanente e uma aeronave adquirida pelo Estado, governado na época por Raimundo Colombo. No entanto, o primeiro helicóptero caiu em 25 de abril de 2016, na região de Curitiba, quando seguia para manutenção. Mesmo com o acidente, a reposição da aeronave ocorreu rapidamente, ainda por meio de locação.

Atualmente, não há mais contratação de aeronaves privadas para os serviços militares do Estado. Como alternativa, o Governo tem realizado o deslocamento diário da equipe aeromédica de Blumenau para Balneário Camboriú, onde está baseada outra aeronave. Essa estratégia, entretanto, enfrenta críticas devido ao pesado trânsito das rodovias BR-470 e BR-101, além da dependência de helicópteros da Polícia Militar, que tem foco no atendimento à ocorrências policiais e também passaram por períodos de manutenção recentemente, deixando ainda mais vulnerável o atendimento aéreo na região.

O caso evidencia não só a burocracia estatal, mas também a falta de eficiência e planejamento do Governo de Santa Catarina, sobretudo do atual comando-geral do Corpo de Bombeiros Militar, para garantir a rápida manutenção e o retorno do Arcanjo 03, comprometendo o suporte em situações de emergência e salvamento.

Atualização

Após a publicação do Mesorregional sobre o longo período de ausência do helicóptero Arcanjo 03, o Batalhão de Operações Aéreas (BOA) do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) emitiu uma nota de esclarecimento, contestando a informação de que este seria o maior tempo sem aeronave para o atendimento do Vale do Itajaí desde a implantação da base em Blumenau.

De acordo com o BOA, o maior período sem aeronave ocorreu após o acidente registrado em 25 de abril de 2016, quando o helicóptero caiu a caminho de uma manutenção. Na ocasião, a base permaneceu inoperante por 4 meses e 25 dias, sendo retomada provisoriamente com aeronave locada, e a substituição definitiva por uma nova aeronave própria ocorreu sete meses depois.

O Mesorregional destaca, no entanto, que a publicação se refere ao maior tempo de ausência exclusivamente por motivo de manutenção, considerando que, em 2016, mesmo diante da queda, houve locação de outra aeronave para garantir o atendimento — algo que não ocorre atualmente.

Ainda segundo a nota do BOA, a recente manutenção do Arcanjo 03 incluiu procedimentos obrigatórios, como inspeção de 8 anos da célula, revisão de 600 horas do motor e da célula, e a substituição do módulo 4 do motor, que precisou ser importado da França. O componente já foi entregue e a equipe de manutenção trabalha na instalação, com previsão de retorno da aeronave nos próximos dias.

Enquanto o helicóptero permanece fora de operação, os atendimentos aeromédicos estão sendo realizados com o apoio do Águia 07 e de viaturas Auto-Resgate do Corpo de Bombeiros.

Por fim, o BOA reafirma seu compromisso com a excelência no atendimento aeromédico e garante que trabalha para que o Arcanjo 03 volte o quanto antes a atuar no Vale do Itajaí.

O Mesorregional reforça seu compromisso com a informação e ressalta que segue aberto para todas as manifestações oficiais e de interesse público.

Confira a nota na íntegra:

“Nota de Esclarecimento – Batalhão de Operações Aéreas (BOA/CBMSC)

O Batalhão de Operações Aéreas (BOA) do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) informa que, ao longo dos 15 anos desde sua criação, suas aeronaves já foram acionadas em mais de 16.700 ocorrências, com 15.435 pessoas atendidas e/ou transportadas diretamente.

Todas as aeronaves do BOA passam por rigorosos controles de manutenção, realizados por empresa especializada contratada e supervisionados também pelo Centro Técnico de Manutenção (CTM), setor interno do próprio Batalhão.

A recente manutenção do helicóptero Arcanjo-03, prevista no manual do fabricante, incluiu: inspeção de 8 anos da célula, revisão de 600 horas do motor e da célula, substituição do módulo 4 do motor (turbina livre) por atingir o número máximo de ciclos, além de diversas outras inspeções. Todos os procedimentos já foram concluídos, e o novo módulo 4 do motor – que necessitou ser importado da França – já foi entregue ao BOA. No momento, as equipes de manutenção realizam a instalação do componente, e a aeronave deve retornar à operação nos próximos dias.

Durante esse período de manutenção, os atendimentos pré-hospitalares com equipe médica foram mantidos com o apoio do helicóptero Águia-07 e da viatura Auto-Resgate do Corpo de Bombeiros Militar.

A informação divulgada pelo perfil do Instagram “Mesorregional”, alegando que esta foi a maior baixa operacional da base, é incorreta. O maior período sem aeronave ocorreu após o acidente de 2016, quando a base permaneceu inoperante por 4 meses e 25 dias (de 25/04/2016 a 20/09/2016), sendo retomada provisoriamente com aeronave locada. A substituição definitiva por aeronave própria só ocorreu sete meses depois.

Por fim, o BOA e o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina reafirmam seu compromisso com a excelência nos atendimentos aeromédicos e seguem empenhados para que a aeronave retorne o quanto antes à operação no Vale do Itajaí.


Foto: Jefferson Santos / Mesorregional

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