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Brasil: o País em que o óbvio precisa ser relembrado três vezes ao dia.

Confira mais um artigo da coluna Der Punkt, de autoria do defensor público de Santa Catarina e colunista do Mesorregional, Ralf Guimarães Zimmer Júnior:

Quando escutamos queixas das mais variadas a respeito do porquê o Brasil não vai para frente, ou vai aos trancos e barrancos, da mesma maneira variadas são as respostas.

Uns atribuem as dificuldades brasileiras ao “mercado internacional” que estaria a nos impor tratamento de nação de segunda classe para lucrar com juros estratosféricos às nossas custas.

Outros computam nossos percalços como nação pelo fato de termos sido governados muito tempo sob os matizes da esquerda que, por sua vez, teria operado um desmonte na iniciativa privada à toque de corrupção e ideologias ultrapassadas.

Alguns, ainda, já disseram que por termos um clima tão confortável temos dificuldade de nos impor a disciplina dos nórdicos para fins de trabalho, produção e construção de um ideário mais coletivo.

Contudo, os mais assertivos têm dito que o maior problema do Brasil é que o óbvio precisa ser dito e cobrado reiteradamente, sob pena de virar lenda menos crível que o Saci Pererê.

E com certa razão esses últimos. Ora, um País em que sua Lei Maior (Constituição Federal) prevê teto de vencimentos ou subsídios do funcionalismo público em relação a Ministros do STF não ter sido “clara o suficiente” para que tenhamos hoje tramitando uma Emenda chamada “extra teto” justamente para lembrar e garantir o que já está escrito na Constituição, é tudo, menos um País minimamente sério.

Vamos além, um País em que não basta os acordos internacionais com os países lusófonos para obrigar o uso da gramática escorreita nos estabelecimentos de ensino, sendo necessária uma lei estadual para reforçar óbvio e ululante, como aconteceu recentemente em Santa Catarina, é tudo, menos um País sério.

Enfim, e em resumo, o maior problema do Brasil é que o óbvio precisa ser dito três vezes ao dito, sob pena de virá folclore.

Ralf Guimarães Zimmer Júnior

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