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Dia Mundial Contra a Raiva alerta sobre a importância da vacinação de pets

Vacinar anualmente cães e gatos sempre foi a melhor forma de prevenir a raiva, doença que pode acometer todas as espécies de mamíferos, inclusive seres humanos. Esse é o alerta da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive) para o Dia Mundial Contra a Raiva, lembrado nesta terça-feira (28).

A doença surge através do vírus transmitido pela saliva de animais infectados através de mordidas e arranhões. Após o contato com a pele lesionada, o vírus entra no corpo e chega ao cérebro, causando inchaço ou inflamação. A raiva é uma doença altamente letal. “Por isso é importante não se aproximar, tocar ou mexer em animais que você não conhece, ainda mais quando estiverem se alimentando ou dormindo. As pessoas não devem tocar, nem manusear os morcegos, por exemplo, que também podem transmitir a doença”, alerta Alexandra Schlickmann Pereira, médica veterinária da Dive.

Em caso de incidentes com animais, como mordidas, é fundamental lavar o ferimento com água e sabão. “Depois é preciso procurar uma Unidade de Saúde o mais rápido possível. Os profissionais vão avaliar o ferimento e indicar o tratamento adequado”, explica Alexandra.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza vacina e soro antirrábico para tratamento da doença para humanos. A Dive reforça que, em caso de acidente, o animal deve ficar em observação por 10 dias, isolado de outros animais e com água e comida disponíveis. Caso morra ou desapareça, é preciso comunicar a Unidade de Saúde.

Também é recomendada a vacinação para animais de grande porte, como bovinos e equinos.

Raiva em SC

As ações para a eliminação da raiva humana transmitida por cães nas Américas começaram em 1983, com o lançamento do Programa Regional de Eliminação da Raiva da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), coordenado pelo Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária da Organização Pan-Americana da Saúde.

Desde então, a incidência da raiva humana transmitida por cães nas Américas diminuiu em quase 98%, de 300 casos notificados, em 1983, a 6 casos, em 2021. Quase todos os casos humanos atuais são originados principalmente por transmissão de animais silvestres, na maior parte morcegos hematófagos.

No Brasil, com a intensificação das ações de vigilância e controle da raiva canina e felina nos últimos 30 anos, houve significativa redução nas taxas de mortalidade por raiva humana, com o predomínio de casos em caráter esporádico e acidental.

No período de 2010 a 2021 foram registrados, no país, 39 casos de raiva humana. Desses casos, nove tiveram o cão como animal agressor, vinte por morcegos, quatro por primatas não humanos, quatro por felinos e em um deles não foi possível identificar o animal agressor.

Em Santa Catarina, a Dive confirmou, em maio de 2019, um óbito de uma paciente de 58 anos, residente no município de Gravatal, por conta da doença. Ela foi mordida por um gato infectado.

Já, os últimos casos de raiva em cães e gatos em SC foram registrados em 2006, nos municípios de Xanxerê (um cão e um gato), Itajaí (um cão), e 2016, em Jaborá (um cão).

Prevenção

Além de vacinar anualmente os animais domésticos é importante ter os seguintes cuidados:

  • Manter seu animal em observação quando ele agredir uma pessoa;
  • Vacinar anualmente seus animais contra a raiva;
  • Não deixar o animal solto na rua e usar coleira/guia no cão ao sair;
  • Notificar a existência de animais errantes nas vizinhanças de seu domicílio;
  • Informar o comportamento anormal de animais, sejam eles agressores ou não;
  • Informar a existência de morcegos de qualquer espécie em horários e locais não habituais (voando baixo, durante o dia, caídos).

Evite

  • Tocar em animais estranhos, feridos e doentes;
  • Perturbar animais quando estiverem comendo, bebendo ou dormindo;
  • Separar animais que estejam brigando;
  • Entrar em grutas ou furnas e tocar em qualquer tipo de morcego (vivo ou morto);
  • Criar animais silvestres ou tirá-los de seu habitat;
  • O contato com saliva de animais doentes, através de mordeduras, arranhões ou lambeduras.

*Com informações da DIVE
Foto: Jefferson Peixoto / Secom PMS

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