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É possível ser feminina e feminista ao mesmo tempo?

Confira mais um artigo da jornalista empreendedora e colunista do Mesorregional, Liliane Bento, que com maestria trás sempre opinião, análises e revelações:

Antes que me questionem, explico que feminilidade é o conjunto de atitudes e escolhas que são esperadas das mulheres em um contexto social, mais delicadeza, amorosidade e empatia. E feminismo, por sua vez, representa todo e qualquer movimento em prol do direito da mulher e igualdade dos gêneros.

Nas últimas décadas, imbuídas do espírito de luta, muitas mulheres, inclusive eu e a maioria das minhas amigas, fizemos parte do movimento feminista. Algo necessário, porém, como toda luta, sempre há ônus e bônus para as partes envolvidas.

Entre os bônus, posso citar algumas das conquistas das últimas seis décadas. Vocês sabiam que as mulheres só adquiriram o direito a ter seu próprio cartão de crédito, em 1974, por meio da “Lei de Igualdade e Oportunidade de Crédito”? E somente em 1988 a Constituição Brasileira passa a reconhecer as mulheres como iguais aos homens. Essas e outras conquistas, frutos do movimento feminista, trouxeram mais qualidade de vida para as mulheres.

Mas, também trouxeram ônus, principalmente para a maioria das jovens das décadas de 80 e 90, como eu, que, mesmo sabendo que o casamento era uma instituição importante, foram criadas para conquistar o mundo. Assimilamos tão bem essa orientação que muitas não casaram e boa parte, antes dos 40 anos, estava separada. E qual o motivo? O desequilíbrio.

Assim como o veneno pode ser remédio ou fatal, dependendo da dose, assim foi com o movimento feminista. Algumas mulheres, na ânsia de lutarem por seus direitos, esqueceram o que é ser mulher. Se perderam, adotaram postura masculina, e começou o embate entre homens e mulheres.

Então, deixo aqui minha reflexão. Será que se fortalecermos as características femininas na mulher e as masculinas nos homens, cada um se respeitando, não seria um caminho a se tentar? Não somos inimigos! Podemos nos completar, valorizando o que cada um tem de melhor, em busca de relações afetivas, de trabalho e sociais muito mais enriquecedoras para ambos. O equilíbrio fara bem para homens e mulheres de todas as idades. E, quem sabe assim, teremos um futuro com mais amorosidade, acolhimento e parceria entre os sexos?

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