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E se as coisas tivessem sido diferentes?

Lula venceu as eleições. O outro lado está indignado, não consegue entender por que parte da população preteriu Bolsonaro a um ex-presidiário, duplamente condenado por corrupção em três instâncias, mas com condenações anuladas no STF por conta de uma manobra jurídica.

A indignação destes, entretanto, vem acompanhada de uma dose generosa de conformismo, pois o voto impresso auditável foi aprovado e aconteceu, as urnas foram auditadas e nenhuma fraude foi constatada, os institutos divulgaram pesquisas que se aproximaram do resultado final, não servindo seus longos pdfs como mero marketing eleitoral de uma das campanhas, as emissoras de tv e rádio foram imparciais e cumpriram as inserções obrigatórias à risca, os candidatos compareceram à todos os debates e as perguntas que lhes foram feitas foram neutras e sem proselitismo político. Da mesma forma, o Presidente do TSE não transformou as eleições em uma “caça às bruxas” para determinado concorrente, sendo equânime para ambos os lados. Não haverá manifetação contrária ao resultado, nem briga, nem nada, pois ainda que tenham sido derrotados, o resultado foi justo.

O “mito” dessas pessoas, que é venerado como ídolo, não teve atitude distinta, também resignou-se, reconheceu a derrota e passou a faixa presidencial, anunciando, desde já, sua pré-campanha para 2026, trabalhando em sua vasta base política eleita no Congresso Nacional para que ovelhas não se desgarrem do restante do rebanho, como ocorreu no mandato passado, e resistam no front de batalha. Bolsonaro liderou e aqui permaneceu, sem fugir para outro país, pronto para enfrentar seus inimigos ideológicos frente a frente, encarando-os nos olhos.

A esquerda, de volta ao poder, mostrou compaixão e gestão, nada de revanchismo. Não humilhou, nem perseguiu seus opositores ao colocar os pés no planalto novamente. As indicações para ministérios foram obviamente alinhadas politicamente com sua ideologia, mas foram técnicas. Nada de caciques partidários e raposas políticas em ministérios, o presidente eleito nomeou um economista para o Ministério da Economia, um médico para o Ministério da Saúde e assim sucessivamente.

Pois é, caro leitor, infelizmente a narrativa desta coluna ocorre em um universo paralelo idealizado por nossas mentes. Nossa democracia talvez ainda não esteja evoluída o suficiente para que isso seja possível no mundo real, mas em nossos sonhos sempre será. Agora só nos resta saber como trocar de dimensão.

Sou Thiago Schulze, colunista de política no Mesorregional e você pode me seguir no Instagram em @thiago.schulze ou enviar sugestões para o e-mail politica@mesorregional.com.br. E ainda, se quiser ser avisado sobre novas publicações em primeira mão, clique aqui e entre no Grupo de Whatsapp, é grátis!

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