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Fechamento da unidade da Souza Cruz em Blumenau é reflexo do contrabando

A Souza Cruz, maior empresa do ramo de tabacos do Brasil, que anunciou nesta semana o encerramento das atividades na unidade de Blumenau afirma que seu maior concorrente está relacionado ao setor de segurança pública já que o contrabando de cigarros atualmente ultrapassou em valores o montante de cigarros tributados no Brasil. Os números relacionados a indústria tabagista são alarmantes.

Apesar dos constantes aumentos de impostos sobre o setor o governo não retribui com fiscalização. De acordo com dados do Instituto Ibote, em 2018 foram consumidos 106,2 bilhões de unidades de cigarro no Brasil, contra 102,7 bilhões no ano anterior. Porém desse montante apenas 53,5 bilhões de cigarros originais brasileiros foram consumidos em 2017 e 48,7 bilhões em 2018.

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Os números mostram que apesar da taxação o consumo está aumentando, assim como se está aumentando a migração para o mercado ilegal do produto. Para se ter uma ideia, ainda de acordo com dados do Ibope, em 2018 49% dos cigarros consumidos por brasileiros foram provenientes de contrabando, sendo que outros 5% foram produzidos no país, mas por empresas de “fundo de quintal”, ou seja, sem pagamentos de impostos.

Pela primeira vez na história a arrecadação de tributos do setor caiu. A situação é imensamente grave. Para se ter uma ideia, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma lista com 90 marcas de cigarro irregulares que circulam em território nacional, mas que já correspondem a 49% do consumo, sendo que estados mais próximos do Paraguai, como Paraná, por exemplo a situação é ainda mais grave.

Enquanto as empresas – que fabricam produtos com alta taxação de impostos – o governo não tem retribuído com fiscalização e operações de larga escala no setor de segurança pública para evitar que empresas que geram empregos e contribuem com o desenvolvimento do país, fechem. Em poucos casos de apreensão que se vê em Santa Catarina e no Vale do Itajaí, por exemplo, são flagrantes ocasionados por abordagens da Polícia Rodoviária Federal, fora isso não se há informações sobre grandes apreensões, haja visto o imenso volume desse tipo de produto irregular em todo canto.

De acordo com dados do Fórum Nacional Contra a Pirataria, enquanto o comércio legal despenca, o contrabando cresce… e o reflexo sempre custará mais caro para a parcela mais vulnerável da sociedade, que terá mais concorrentes no mundo do desemprego.

Foto: Divulgação / PMPR

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