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OMS emite alerta de alto risco para febre do Oropouche nas Américas

No dia 03 de agosto, a Organização Pan-Americana da Saúde (OMS), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas, emitiu um alerta epidemiológico de risco alto para a febre do Oropouche no continente. A decisão foi tomada devido a mudanças recentes nas características clínicas e epidemiológicas da doença, além do registro de casos fora das regiões endêmicas tradicionais.

Fatores que motivaram o alerta

  1. Mortes confirmadas no Brasil: Duas mortes por febre do Oropouche foram confirmadas no interior de São Paulo, marcando os primeiros casos fatais da doença no mundo.
  2. Transmissão vertical: Há investigações em andamento sobre a potencial transmissão do vírus da mãe para o bebê durante a gestação ou parto. Relatos de mortes fetais e casos de recém-nascidos com anencefalia relacionados à infecção estão sob monitoramento.
  3. Expansão geográfica: A febre do Oropouche foi reportada em novos estados brasileiros e outros países das Américas, sugerindo uma disseminação do vírus.

Critérios considerados pela Opas

O nível de risco regional foi atualizado para alto com base em:

  • Risco potencial para a saúde humana: A maioria dos casos apresenta sintomas leves a moderados que se resolvem em cerca de sete dias. Complicações são raras, mas casos de meningite séptica foram documentados, e recentemente, duas mortes associadas ao vírus foram registradas no Brasil.
  • Transmissão vertical: Cinco casos potenciais de transmissão vertical foram reportados no Brasil, incluindo mortes fetais e casos de microcefalia em recém-nascidos.
  • Risco de propagação: Entre janeiro e julho de 2024, 8.078 casos confirmados foram reportados em cinco países das Américas, com o Brasil registrando a maioria dos casos (7.284).
Fotos: Divulgação/Repordução – JASB

Contexto e histórico

Desde a identificação do vírus em 1955, surtos da febre do Oropouche ocorreram em diversos países da América do Sul e da região amazônica, transmitidos principalmente pelo vetor Culicoides paraensis e possivelmente pelo Culex, com hospedeiros como preguiças e primatas. Mudanças climáticas, desmatamento, urbanização descontrolada e outras atividades humanas estão aumentando o risco de propagação dos vetores e, consequentemente, da transmissão da doença.

Medidas e recomendações

A Opas recomenda monitoramento contínuo e investigações detalhadas para entender melhor a trajetória da febre do Oropouche e implementar medidas de controle eficazes para prevenir a disseminação do vírus.

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