Sobre obrigar a população a tomar vacinas
Feliz 2022! Que seja marcado na história como o ano em que a Covid-19 foi erradicada! Aliás, vamos começar com tema polêmico: a vacina.
Antes de mais nada, é preciso uma consideração óbvia: os números disponibilizados pelo poder público e estudos científicos publicados e convalidados nos mostram que a vacina funciona e previne o agravamento da Covid-19. É claro que podem existir efeitos colaterais futuros, assim como o uso indiscriminado de ivermectina pode lhe causar uma falência hepática ou a utilização da cloroquina pode causar arritmia cardíaca e complicações nos rins. Estes são os fatos comprovados, o resto é proselitismo político de criminosos virtuais.
Recentemente a Prefeitura de Blumenau realizou uma coleta de dados acerca dos internados por Covid-19 nas enfermarias e nas UTIs da região e os dados divulgados foram surpreendentes: 80% dos pacientes que estavam nas UTIs e 85% dos internados nas enfermarias não estavam vacinados, ou seja, graças à vacina pudemos evitar uma nova lotação nas unidades de saúde e um consequente novo fechamento em massa de estabelecimentos privados.
O que considero bastante incoerente sobre o tema é como ele se tornou um argumento político raso. Notem que os mesmos conservadores que são totalmente contra a máxima do “meu corpo, minhas regras” quando o tema é a Legalização do Aborto antes das doze primeiras semanas, estão contrariando eventual obrigatoriedade vacinal ao afirmar que, em seus respectivos corpos, são eles quem fazem as regras. Ora, quanta hipocrisia.
E, infelizmente, a hipocrisia também reina no outro extremo político, sobre os que são favoráveis à legalização do aborto enquanto o feto ainda não adquiriu consciência (24ª semana de gestação), entretanto, quando se fala em vacina, estes mesmos querem obrigar seus pares a tomar os imunizantes independente de existirem ou não efeitos colaterais.
A liberdade deve ser sempre irrestrita, não somente quando vai de encontro à sua opinião pessoal. Se uma mulher deve ser livre para abortar um feto que ainda não adquiriu consciência (vida), um ser humano também deve ser livre para não se vacinar, quando acreditar que o imunizante possa fazer mal para seu corpo. E se o aborto deve ser proibido, também devemos obrigar as pessoas a se vacinar, sob pena de grave incoerência argumentativa. Simples assim.
Ademais, também sou contra ajudar “idiotas” (cá entre nós, não acho que seja momento de usar uma palavra mais bonita aqui). A ciência já comprovou que o agravamento da doença é bastante raro a quem está imunizado com o ciclo vacinal completo, então por que temos que nos preocupar com quem não tomou sequer uma dose? Precisamos mesmo obrigar um alcóolatra com cirrose hepática a parar de beber álcool? Darwin jamais concordaria com isso, afinal é o que ele chamou de “Teoria da Evolução”.
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