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Todo Dia a Mesma Noite: familiares querem processar Netflix por série sobre a tragédia

A série Todo Dia a Mesma Noite da Netflix está gerando insatisfação entre os parentes das vítimas do incêndio da boate Kiss. Cerca de 40 famílias estão cogitando entrar com um processo contra a Netflix Brasil pela produção.

A Tragédia

No dia 27 de janeiro, uma das maiores tragédias do Brasil completou 10 anos. O incêndio na boate Kiss, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, vitimou 242 jovens e deixou outros 636 feridos e com graves sequelas, tanto físicas, quanto emocionais. Desde aquela noite fatídica, familiares e amigos das vítimas também sofrem com o ocorrido.

A Série

Para marcar os 10 anos, a plataforma Netflix estreou no dia 25 de janeiro a série Todo Dia a Mesma Noite, inspirada no livro-reportagem de mesmo nome da jornalista Daniela Arbex. A série une elementos ficcionais com os eventos reais que ocorreram naquele 27 de janeiro de 2013.

Considerada por muitos dos que já assistiram, extremamente pesada e triste, a produção está em primeiro lugar no top 10 em séries da Netflix.

As Famílias

Mas o que querem as famílias que ameaçam processar a plataforma de streaming? O Splash do Uol, entrou em contato com a advogada dos familiares, Juliane Muller Korb, para entender melhor.

Para começar, a advogada relatou que as famílias não foram consultadas pelo Netflix e são contrárias a dramatização da tragédia. Ela também citou que a morte de pessoas vai gerar lucro à plataforma.

Eles também pedem a alteração do trailer, pois ele mostra uma cena em que os corpos dos jovens estão enfileirados no ginásio para o reconhecimento, o que pode gerar gatilhos.

Em compensação, o grupo de pais quer o repasse de parte do lucro para o tratamento de sobreviventes e a construção de um memorial.

A advogada deixou claro que os pais não querem indenização em dinheiro, mas sim, o custeio do memorial sobre a tragédia.

A Netflix não se manifestou sobre o caso.

Série do Globoplay

Estranhamente, a série documental lançada no Globoplay no dia 27 de janeiro não tem gerado a mesma revolta e comoção por parte dos familiares. A produção, mostra imagens reais do dia da tragédia e entrevista os familiares, amigos e outros envolvidos no caso.

(Saiba mais sobre as duas séries e sobre a tragédia aqui).

O que diz a AVTSM

A Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) afirmou que não concorda com o grupo de familiares de vítimas do incêndio na Boate Kiss que pretende processar a Netflix. Em uma nota de esclarecimento, a AVTSM alegou que os familiares pertencentes a organização estavam cientes da produção da plataforma e relatou que se sente representada por ela bem como pelo livro de Daniela Arbex. Disse ainda que a produção não retratou de forma individual os 242 jovens assassinados, mas sim um recorte das quatro famílias de pais que foram processadas. Ressaltou que todos os familiares de vítimas e sobreviventes retratados por personagens da obra estavam cientes e em concordância. A nota é assinada por Gabriel Rovadoschi Barros, presidente da AVTSM. (Leia a nota na íntegra aqui).

Buscas por termo ‘Boate Kiss’ na internet aumentam

Segundo o site Omelete, com a estreia das duas séries sobre a tragédia, o Google Trends registrou um aumento em 12 vezes no número de buscas pelo termo ‘Boate Kiss’ na internet. O Brasil também foi apontado como o país que mais buscou pelo termo ‘boate‘ nas últimas 24 horas, em seguida apareceram Espanha e Portugal. Já o termo ‘Como está a Boate Kiss?‘ é a pesquisa com maior crescimento sobre a Boate Kiss no país.

Os termos ‘Boate Kiss Netflix’ e ‘Globoplay Boate Kiss’ também estão entre os mais pesquisados.

Foto: Divulgação/Netflix.

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