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A esquerda oligárquica e a direita popular?

Confira mais um artigo da coluna Der Punkt, de autoria do defensor público de Santa Catarina e colunista do Mesorregional, Ralf Guimarães Zimmer Júnior:

No Brasil nas últimas décadas ocorreu uma troca de sinais nos movimentos políticos.

Nos anos 80 e 90, a principal bandeira das “esquerdas” era confrontar as ditas “oligarquias”, referência que faziam às forças políticas de centro direita e direita.

Com o passar dos anos 2000, a esquerda se firmou sob a batuta exclusiva de Luiz Inácio Lula da Silva, que no auge de sua popularidade criou a figura de Dilma Rousseff (sem nenhum mandato até então) como sua sucessora na Presidência da República.

Alguns dizem que a criação de uma líder sem força foi justamente para manter as rédeas das esquerdas nas mãos de Lula, do contrário, a sucessão de 2010 teria passado por Mercadante ou Suplicy, petistas que já ostentavam certo histórico de liderança, ao contrário da até então desconhecida do grande público, Dilma Rousseff.

Essa guinada à uma espécie de oligarquia das esquerdas causou um movimento contrário ao centro e às direitas, esvaziando a popularidade (ou o populismo) das primeiras com peso dois, eis que o esvaziamento popular correu para os braços das direitas em 2018.

Para 2002 se desenha uma esquerda oligárquica com um líder único a comandar o processo há aproximadamente 40 anos em tais domínios, gerando ainda a dúvida de qual parcela da popularidade das massas o seguirá ou se manterá à direita, lembrando que pesquisas à essa época antes das eleições de 2018 erraram à unanimidade, pelo que dar-lhes credibilidade hoje não é de bom tom.

Enfim, oligarquia e popularidade, não são conceitos engessados ou exclusivos nem à esquerda, nem à direita.

Ralf Guimarães Zimmer Júnior

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