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Regime Militar: Precisamos falar sobre Geisel!

Artigo de Thiago Schulze, colunista do Mesorregional:

É inegável que existe uma revisão histórica sendo feita no Brasil acerca do regime que nos governou entre 1964 e 1985, período conhecido como militarismo. Personagens até então desprezados pelos livros passaram a ser vistos como possíveis revolucionários. Releitura justa quando tratamos de um reformista como Castelo Branco, mas será que podemos dizer o mesmo de Ernesto Geisel?

Ele criou mais de duzentas estatais, superando neste quesito qualquer outro governo que já tivemos, além de adotar uma postura extremamente intervencionista na economia. Por sua política econômica socializante chegou a ser elogiado por Guido Mantega, ex-ministro de Dilma Rousseff. Só por estes dois quesitos já poderíamos comparar seu governo ao de Getúlio Vargas ou aos dois governos petistas, mas precisamos tratar de algo mais sério: a colaboração com ditaduras socialistas e o genocídio do povo angolano.

Em 1975, Angola estava em Guerra Civil. Cuba se meteu e, com a ajuda do Brasil, de Geisel, levou ao poder o presidente Eduardo dos Santos, um ditador socialista que governou os angolanos com mão de ferro por quarenta e dois anos, deixando o cargo apenas em 2017.

Após o fim da União Soviética, a ditadura socialista angolana acabou buscando financiamento para sua subsistência em outro país: o Brasil, através do BNDES, com empréstimos concedidos a juros baixíssimos durante os governos petistas.

Curiosamente ou não, tal fato gerou imensa reclamação de “Bolsonaristas”, que nunca, entretanto, apontaram nosso ex-presidente Ernesto Geisel como o verdadeiro culpado pela bagunça em Angola. Sem ele, Eduardo dos Santos nunca teria se tornado presidente do país africano.

O Governo Geisel ficará marcado na história por um “mar de lama de corrupção”, como noticiavam alguns jornais da época em suas manchetes. Muitos erros estratégicos na política externa, falhas graves de decisão política e uma inábil visão econômica que a objetivista Ayn Rand classificaria como “estatizante”. Talvez tenha sido o pior governo que já tivemos, só que sem a possibilidade de um Impeachment. Nem mesmo o Guru Bolsonarista, Olavo de Carvalho, elogia o governo Geisel. Foi um completo desastre.

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